FOTO: Maria Célia Abila
LINGUAGEM
Esta vontade de verdade
nos leva crer:
que a linguagem do fogo é a chispa,
a linguagem do ar é o eco
com olhos enlouquecidos de fumaça.
Esta vontade de verdade
nos leva a guardar a letra
de louça em cristaleira,
porque cremos na eternidade,
mas o jade se parte,
vive nos seres e é talvez
balbucio de calor ou frio,
mal entendido
do início em anúncio.
Nas pedras que vibram habitadas
de energia ou gênio.
a terra é a coisa mais estável
do mundo. Mas os olhos
da pedra pesam tentando
acordar os outros,
A geografia da verdade
encontra
um rio de mil braços;
papoulas explodem
como crânios humanos,
tentam acordar a terra
continuando a emprestar
o fogo para o incêndio
dos elementos burilados.
Célia Abila - Antologia: Poetas de Sampa (organizado por: Delmo Fonseca -
Sapere Editora - 2012)
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