Natureza essencial da poesia pictórica. É impossível observar um cenário de cores, como num arranjo de flores, sem que em nós ocorra o despertar de imagens, por vezes inúmeras, que são a frequente poesia de nossa vida, em função da qual ela se torna esteticamente agradável. (Versão em Português do original em Esperanto) © Copyright 1997 Evaldo Pauli
terça-feira, 27 de março de 2012
ALBERTO CAEIRO
A Manhã Raia A manhã raia. Não: a manhã não raia.
A manhã é uma coisa abstracta, está, não é uma coisa.
Começamos a ver o sol, a esta hora, aqui.
Se o sol matutino dando nas árvores é belo,
É tão belo se chamarmos à manhã «Começarmos a ver o sol»
Como o é se lhe chamarmos a manhã,
Por isso se não há vantagem em por nomes errados às coisas,
Devemos nunca lhes por nomes alguns.
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
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