Charles Pierre Baudelaire
(1821 / 1867 )
(1821 / 1867 )
"Perfume Exótico" Tradução de Ivan Junqueira
De olhos fechados, quando, alta noite, no outono,
respiro o cheiro bom dos teus seios fogosos,
vejo entreabrir-se além de cenários deleitosos
cintilando o ardor de um sol morno de sono:
Uma ilha preguiçosa e molenga e sem dono
em que há árvores ideais e frutos saborosos;
Homens de corpos nus, finos e vigorosos,
mulheres cujo olhar tem franqueza e abandono.
Guiado por teu perfume às paragens mais belas
vejo um porto arquejar de mastros e velas
ainda tontos talvez da vaga alta que ondula
enquanto um verde aroma dos tamarineiros,
que passeia pelo ar que aspiro com gula,
se mistura em minha alma à voz dos marinheiros.
respiro o cheiro bom dos teus seios fogosos,
vejo entreabrir-se além de cenários deleitosos
cintilando o ardor de um sol morno de sono:
Uma ilha preguiçosa e molenga e sem dono
em que há árvores ideais e frutos saborosos;
Homens de corpos nus, finos e vigorosos,
mulheres cujo olhar tem franqueza e abandono.
Guiado por teu perfume às paragens mais belas
vejo um porto arquejar de mastros e velas
ainda tontos talvez da vaga alta que ondula
enquanto um verde aroma dos tamarineiros,
que passeia pelo ar que aspiro com gula,
se mistura em minha alma à voz dos marinheiros.
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